By Zenit
Para os cristãos iraquianos, cansados de tanta violência, a realização das eleições de 7 de março representou uma promessa de um futuro melhor.
“Todos serão vencedores”, disse Louis Sako, arcebispo de Kirkuk, que se disse também “muito otimista” com relação à uma possível melhoria na segurança da minoria cristã na região.
Falando à associação humanitária internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o prelado sublinhou que a situação dos cristãos no país parece “destinada a melhorar, independentemente dos resultados das eleições”, que devem ser divulgados ainda este mês.
“As eleições foram muito bem conduzidas”, declarou. “Durante o período de campanha, os diversos partidos debateram seus programas de maneira muito civilizada”.
Ao contrário do ocorrido nas eleições de 2005, observou ele, “as pessoas escolheram partidos mais secularizados”. “Seja como for, será um bom resultado. Estou muito otimista a esse respeito”.
Comentando os rumores de uma provável vitória do ex-primeiro-ministro Iyad Allawi, Dom Lako disse que, durante os combates de Falluja e Najaf, em 2004-2005, Allawi, que estava no poder, “foi decisivo. Impôs a lei e restabeleceu a segurança”.
“Mas mesmo que o atual primeiro-ministro, Nouri al-Maliki, venha a vencer, as coisas devem mudar para melhor. As pessoas estão cansadas da violência e está determinada a ver melhorias”.
Dom Sako acrescentou ainda estar feliz em saber que pelo menos cinco cristãos foram eleitos para o Parlamento.
Entre os sinais de melhorias nas condições de vida dos cristãos, o prelado mencionou o fato de que parte dos cristãos que abandonaram a região de Mossul antes das eleições – mais de 3.500, principalmente em direção a vilarejos na Planície de Nínive – começa a retornar à cidade, apesar da violência ainda presente, que já causou a morte de mais de 30 fiéis.
Também falando à AIS, o padre Bashar Warda afirmou entretanto que muitas pessoas de Mossul ainda planejam deixar definitivamente a cidade, para iniciar nova vida no norte do Iraque ou fora do país.
O arcebispo de Mossul, Amil Nona, acrescentou que, de qualquer forma, gostaria de levar adiante as celebrações litúrgicas da Semana Santa e da Páscoa, a despeito da maioria das igrejas na região ainda permanecerem fechadas devido às preocupações com a segurança.